Geovan Benjoino/Jornalista
Meu gato morreu. Isso mesmo. Meu gato morreu. É lamentável, aliás, profundamente lamentável. Perdi um companheiro… Minha alma está triste… Uma sensação de mal-estar me angustia; um certo vazio bate a porta de meu coração e insiste em penetrá-lo.
Meu gato era um termômetro enigmático. Ele tinha uma sensibilidade espiritual que me chamava a atenção. Ele era um gato diferente. Pelos menos, na minha concepção.
Quando “alguma coisa” estava fora da normalidade, meu gato dava sinais evidentes. Parecia que Ele “incorporava” algo estranho que fugia de nossa compreensão humana. Ele ficava “uma pilha”, todo estressado. Urinava nos meus livros, na mesa, nos objetos de meu trabalho, corria de um lugar para outro parecendo que estava me provocando. Muitas vezes Ele “roubava” minha paz. Muitas vezes também Ele me concedia paz e me defendia com veemência. Quem quiser “ousasse me ameaçar” na sua presença.
Nosso gato não tinha um nome específico, pois o que valia era o afetivo, o do coração. Chaninho, Pipinho, Miminho, e tantos outros… Não importava o nome. O que importava era o seu jeito carinhoso de olhar para nós, seu companheirismo e sua maneira especial de “falar” e interagir conosco. Sua comunicação amável e bela penetrava forte no meu e nos nossos corações.
O clima “pesado” que ronda nosso lar é entrecortado por fragmentos duradouros de imagens, lembranças e saudade. E que saudade…
Meu gato, nosso gato morreu hoje, 16, durante a madrugada, vítima de uma hemorragia intensa, que fora estancada após medicamento prescrito por um veterinário amigo. Fizemos o que pudemos para preservar sua vida, mas o nosso gato muito debilitado não resistiu e, forçado pelas leis naturais dos seres viventes nos deixou para sempre, exceto em nossos corações.
A imagem do companheiro Chaninho… vai continuar no meu coração, na minha alma e no meu espírito. Um presente de Deus não “morre”, apenas muda de esfera…